
/ Arquitetura Moderna
A Arquitetura Moderna e seus mestres
O outro lado dos belos prédios de São Paulo e os arquitetos por trás deles
Por Yasmin Vieira

Arquitetura Moderna é o conjunto de movimentos e escolas arquitetônicas que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande parte do século XX (especialmente os períodos entre as décadas de 20 e 60), inserida no contexto artístico e cultural do Modernismo. Não há uma ideologia moderna única. Suas características podem ser encontradas em origens diversas como a Bauhaus, na Alemanha; em Le Corbusier, na França, e em Frank Lloyd Wright nos EUA. Muitos historiadores de arquitetura (como Leonardo Benevolo e Nikolaus Pevsner) traçam o início histórico do moderno em uma série de movimentos ocorridos em meio ao século XIX, como o movimento Arts & Crafts (Artes e Ofícios).
Um dos princípios básicos do modernismo era renovar a arquitetura de modo a rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento – fato posteriormente questionado pelos pós-modernistas. Considera-se genericamente que tenham existido duas grandes vertentes do movimento moderno: o International Style, de origem européia; e a Arquitetura Orgânica de origem americana.
Apesar de ser um momento multiface da produção arquitetônica internacional, o Modernismo manifestou alguns princípios que foram seguidos por vários arquitetos, das mais variadas escolas e tendências. A primeira e mais clara característica é a rejeição por parte dos modernos do repertório formal do passado, e a antipatia deles à ideia de estilo. Conjuntamente às vanguardas artísticas que manifestavam-se no período de início do moderno (décadas de 1920 e 30), havia no ar um sentimento de construção que levaria à criação e ao estudo de espaços abstratos, geométricos e mínimos.
Os modernos viam no enfeite, um elemento típico dos estilos históricos, um inimigo a ser combatido: "produzir uma arquitetura sem enfeites", tornou-se um desafio constante.Outra característica importante eram as idéias de industrialização, economia e a recém-descoberta noção do design. Acreditava-se que o arquiteto era um profissional responsável pela correta e socialmente justa construção do ambiente habitado pelo homem, carregando um fardo pesado. Os edifícios deveriam ser econômicos, limpos, úteis. Neste sentido, duas máximas permearam o período do moderno: “Menos é Mais” frase dita pelo arquiteto Mies Van der Rohe e “A Forma Segue a Função”, do arquiteto Louis Sullivan. Estas decisões resumem bem o idéia moderna, ainda que em vários momentos tenham sido confrontadas.
É possível traçar três principais linhas evolutivas nas quais pode-se encontrar o início da Arquitetura Moderna. O que une as três linhas é o fato de que elas terminam naquilo que é chamado de Movimento Moderno na Arquitetura, considerado o auge de uma trajetória histórica que entrou na arquitetura realizada na maior parte do século XX.
A primeira destas origens é a que leva em consideração que a ideologia arquitetônica moderna está absolutamente ligada ao projeto da modernidade e, em particular, à visão de mundo iluminista. Esta linha localiza o momento de início na arquitetura realizada com as inovações tecnológicas obtidas com a Revolução Industrial e com as diversas propostas urbanísticas e sociais realizadas por teóricos como os socialistas utópicos e os partidários das cidades-jardins,o problema estético aqui é secundário: o moderno tem muito mais a ver com uma causa social que com uma causa estética.
A segunda linha leva em consideração as alterações que se deram nos diversos momentos do século XIX com relação à definição e teorização da arte e de seu papel na sociedade. Esta interpretação dá especial destaque ao movimento Arts & Crafts e ao Art Noveau de uma forma geral, consideradas visões de mundo que, ainda que presas às formas e conceitos do passado, de alguma forma propunham novos caminhos para a estética do futuro.
Uma terceira linha, normalmente a mais comumente entendida como sendo a base do modernismo, é a que afirma que a arquitetura moderna surge justamente com a gênese do movimento moderno, sendo as interpretações anteriores apenas conseqüências desta forma de pensamento. A Arquitetura Moderna surge,
portanto, com as profundas transformações estéticas propostas pelas vanguardas artísticas das décadas
de 10 e 20, em especial o Cubismo, o Abstracionismo -com destaque aos estudos realizados pela Bauhaus, pelo De Stijl e pela vanguarda russa- e o Construtivismo.
A Bauhaus, ou como é conhecida, "Staatliches Hauhaus" (casa estatal de construção), é uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernisnmo no design e arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de design do mundo. Um de seus principais objetivos era unir artes, artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque.
O Arts & Crafts (Artes e Ofícios), foi um movimento estético surgido na Inglaterra em meados do século
XIX. Entre outras idéias, defendia o fim da distinção entre o artesão e o artista. Durou relativamente pouco tempo, mas influênciou o movimento francês da Art Nouveau e é considerado por diversos historiadores como uma das raízes do modernismo do design gráfico, desenho industrial e arquitetura. Era relacionado com o movimento Arts & Crafts e teve grande destaque durante as últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Caracteriza-se pelas formas orgânicas, escapismo para a natureza e valorização do trabalho artesanal.
A Arquitetura Moderna Internacional teve grandes nomes de referência. Os mais influentes foram: Mies Van der Rohe, Frank Lloyd Wright e Le Corbusier.
Mies van der Rohe procurou sempre uma abordagem racional que pudesse guiar o processo de projeto arquitetônico. Sua concepção dos espaços arquitetônicos envolvia uma profunda depuração da forma, voltada sempre às necessidades impostas pelo lugar, segundo o preceito no minimalismo, Less is More(menos é mais). Atuou como professor da Bauhaus e um dos formadores do que ficou conhecido por International Style, onde deixou a marca de uma arquitetura que prima pela clareza e aparente simplicidade. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais representativos da era industrial, como o aço e o vidro, presentes na maioria das obras modernas. Grandes referências de sua arquitetura são a Casa Farnsworth e o Pavilhão Alemão da Feira Mundial de Barcelona.
Arquitetura Moderna no Brasil
A história da Arquitetura Moderna no Brasil, é a história de um grupo de jovens e de um conjunto de obras realizadas com uma rapidez inacreditável. Em poucos anos, uma idéia que teve apenas o tempo de lançar suas raízes, em São Paulo e no Rio de Janeiro, floresceu e alcançou uma maturidade absurda. Não reclamou sequer, como se poderia supor, o tempo de uma geração, mas apenas os poucos anos de passagem de uma turma pela escola de arquitetura.
Lina Bo Bardi, arquiteta italiana que muito contribuiu se destacou na arquitetura moderna brasileira. Chegou ao Brasil em 1946 e foi responsável pelo uso de novos revestimentos, com desenhos estilosos e arrojados, destacando-se também pelo uso de materiais aparentes (concreto e tijolo), exposições de tubulação, conexões e fiações. Na década de 50, foi professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (FAU-USP), trabalhando também como designer de mobiliários. De todo seu acervo arquitetônico, destacam-se as seguintes obras:
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, Arquiteto brasileiro considerado um dos mais influentes na Arquitetura Moderna Brasileira e Internacional. Foi o maior pioneiro das possibilidades e formas plásticas, de se trabalhar com o concreto-armado.
Ao ser questionado sobre arquitetura e suas formas, Niemeyer cita: "Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher perfeita! De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein".
Formado como engenheiro-arquiteto em 1934, pela Escola Nacional de Belas Artes no RJ, seu primeiro projeto individual construído, foi a instituição filantrópica sem fins lucrativos (assistência social a bebês), conhecida como Obra do Berço (1937), na cidade do Rio de Janeiro.
O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte-MG (1944), foi projetado a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek. Trata-se de um conjunto de edifícios em torno do lago artificial da Pampulha, um cassino, uma igreja, uma casa de baile, um clube e um hotel.
Em Brasília, enquanto Niemeyer era responsável pelo projeto dos edifícios, Lúcio Costa foi o responsável pelo planejamento urbano da cidade,
Além da catedral, de vários edifícios e residências, Niemeyer também projetou o Palácio do Planalto (1958), o Palácio da Alvorada, e o Congresso Nacional.
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