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O Rei Leão: Grande Marco da Cidade de São Paulo

O Musical da Broadway “O Rei Leão” deixou lembranças memoráveis em São Paulo no ano de 2013 a 2014.

Por Jéssyka Keyth

O “Rei Leão” foi um espetáculo atípico realizado no Teatro Renault por diversos fatores. Um dos principais era a sincronia entre produção, seguranças e recepção. Essa sincronia tinha que ser perfeita. Por um único motivo: o público não sabia das “surpresas” realizadas durante a peça.

Por ter como pano de fundo a África, uma das principas exigências para se montar o Rei Leão foi que se mantivessem as raízes do espetáculo original, tendo a maioria de seus atores negros. Por ser uma particularidade muito específica, foi difícil preencher o mínimo requerido pelos criadores do musical e, parar suprir a falta, foram trazidos muitos profissionais da África do Sul para cá, dando um clima mais regional ao musical.

Um dos destaques é a Rafiki interpretado por uma africana com sotaque totalmente forte sua presença de palco é incrível, roubando a cena dos atores principais a qualquer momento em que aparecesse.

No elenco de brasileiros, há atores que tem grande experiência com atores que tem pouca experiência no gênero, mas isso não influenciou no resultado final. O esforço de cada um é  impressionante.

Um musical destinado a África

Se no desenho do Rei Leão a África é usada apenas como cenário, aqui o continente se torna o personagem principal. Sua cultura permeia todo espetáculo nas maquiagens, figurinos e máscaras. Mas a sutilidade é restrita ao primeiro ato.

Da estrutura à técnica

 

Logo na primeira cena, em “O Ciclo da Vida”, temos o elenco descendo pela platéia em direção ao palco. Eram mais ou menos 30 atores caracterizados de animais, com adereços e fantasias e nada poderia dar errado, pois poderia causar algum transtorno no andamento do espetáculo, ou até mesmo, causar algum tipo de acidente com elenco ou público.    

 

Operações

Seguranças e recepcionistas ficavam o tempo todo em contato via rádio (HT) e visual. Por não ser permitido fotos e filmagens dentro da sala de espetáculo, o trabalho e a atenção era dobrada. As pessoas não poderiam se levantar de suas poltronas durante a passagem do elenco e ao mesmo tempo, tínhamos que conter o uso de celulares na sala, o que era sempre inevitável.

 

Quando todos os atores já estavam no palco, ainda tinha um último personagem que descia correndo pela platéia, que era o Zazur. Após ele descer, as cortinas eram fechadas e tínhamos algum tempo de preparação para a próxima “surpresa”.

 

A produção utilizava o foyer do teatro para a preparação do elenco para a cena com as hienas. Mas uma vez, essa sincronia citada anteriormente, não poderia ter falhas.

Caso algum espectador precisasse sair da sala por qualquer motivo, o mesmo era direcionado para o elevador para utilização dos banheiros o bar no andar superior, para que assim, o elenco pudesse se preparar e não descobrir a cena que estava por vir.

 

Quando o elenco já estava preparado, eles aguardavam nas escadarias de acesso a platéia e faziam o coro da cena “ Está em Ti”, com o Jovem Simba e Mufasa. Por algumas vezes, as pessoas que se sentavam nas últimas poltronas, reclamavam do “barulho” vindo por de trás das cortinas.

 

A descida das hienas era um das cenas mais complicadas, tanto para o elenco quanto a equipe operacional.

Antes que eles descessem, eram solicitadas as pessoas sentadas próximo aos corredores que tirassem seus pertences ou que não colocassem os pés fora do alinhamento das poltronas. Por muitas vezes, não conseguíamos 100% da compreensão de algumas pessoas.

Os atores desciam com máscaras em seus rostos e olhando para baixo, por conta dos diversos degraus que tinham pela frente. Algumas trombadas durante esses dois anos foram inevitáveis.

Na recepção, havia uma equipe de seis pessoas: duas em cada lado do balcão e quatro na platéia. Fora a equipe de segurança, que contavam com mais seis pessoas dentro da sala. A colaboração e o empenho dessas equipes foram muito importantes para o bem estar e sucesso com elenco/público relata Patrícia Gomes coordenadora da recepção.

 

Segundo Ato

Antes do término dos quinze minutos do intervalo entre os atos, toda equipe tinham que estar em pontos estratégicos para o inicio do segundo ato.

O segundo ato do espetáculo começa com "Um a Um", uma bela homenagem a música e dança africana, os atores estão caracterizados com vestimentas africanas.

Balcão: cada recepcionista tinha que se atentar as bancadas dos camarotes, para que os cliente não colocassem nenhum tipo de objeto em cima de uma bancada, permitindo assim, que o ator ou a atriz pudesse fazer sua performance sem correr nenhum imprevisto.

A mesma recepcionista tinha que, ao mesmo tempo, ficar extremamente atenta com o que acontecia na platéia, pois por muitas vezes, ela dava o sinal de positivo para o restante do elenco (que aguardava na porta) poder entrar.

 

Platéia: As duas recepcionistas “volantes” se atentavam mais uma vez, na platéia, para que o público não se levantasse principalmente as pessoas do lado esquerdo, de frente ao palco.

As outras duas, ficavam nas cortinas, aguardo o sinal positivo da produção, para poder abri-lás. Por qual motivo o lado esquerdo era tão importante? O ator que dava o “start” inicial para o segundo ato, descia correndo pela platéia, em direção a primeira fileira para começar o canto da música “One by one”. Logo sem seguida, vinham os demais atores em um coro emocionante para encantar a platéia.

 

Como Coordenadora de Recepção nesse período, foi o espetáculo mais trabalhoso, mas ao mesmo tempo, mais gratificante de ter feito parte no Teatro Renault.

O conjunto da obra foi perfeito com os atores, produção, stages manager, e toda a equipe operacional do teatro. Mesmo nos momentos de maior tensão, conseguíamos levar tudo com suavidade e controle, para que nada desse errado e que tivéssemos sucesso e êxito em cada uma das sessões realizada.

O maior troféu de toda essa jornada: ao final de cada espetáculo ver o sorriso e as lágrimas de emoção de crianças e adultos. Fora os amigos que fizemos e levamos para o resto de nossas vidas, descreve Patrícia.

 

 

Versão Brasileira X A Sua Infância

Uma das principais mudanças que pode ser percebida ao conferir o musical é que, durante a adaptação do espetáculo para o português e por também ser uma exigência da Disney quando o musical foi criado , a tradução das músicas mudou um pouco em relação ao filme. E, para qualquer fã de infância da história de Simba, a diferença sentida acaba sendo bastante forte, mas mesmo assim os telespectadores saiam maravilhados com essa recordação que marcou sem dúvida a vida de cada um.

Muitos relataram que as diferenças talvez passem batido pelas primeiras músicas, como em “Mal posso esperar para ser rei”, ou nas pequenas mudanças no “Ciclo da Vida”, mas em Hakuna Matata, música clássica em que Simba canta com Timão e Pumba, o choque da mudança é bem forte.

O espetáculo de duas horas e meia, se tornou inesquecível sendo um marco de São Paulo, é difícil não se contagiar com a produção, a energia e a mensagem do espetáculo. Afinal, não é sempre que o Brasil recebe o musical de maior sucesso do mundo.

​Vídeo do encerramento do Musical O Rei Leão.

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