A paixão pelo samba pode levar alguém a atravessar o mundo. Foi movida pelo desejo da arte de sambar que Yuka, nascida em Nagoya na província japonesa, fez com que se apaixonasse pelo Brasil.

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“Há 22 anos atrás, eu ainda era dançarina de hip hop. Meu amigo Gary me chamou para ir a um bar brasileiro no bairro de Sakae e lá havia um telão que passava desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Me arrepiei, achei que aquilo era para mim e necessitava viver aquilo que estava projetado” relata a dançarina.

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Surgiu, a partir daquele momento, um interesse inexplicável pela cultura brasileira. Relata que foi amor à primeira vista pelo Brasil, especialmente pela Bahia, onde residiu, chegando a se casar com um brasileiro. Com o esforço, a passista aprendeu português com o samba e, há quinze anos, vive parte do ano no Brasil e outra no Japão. Com essa experiência, trouxe ao seu currículo a mistura e combinação das culturas de origem ocidental e oriental. Antigamente a expressão "tem japonês no samba" era considerado parcialmente como um xingamento, tendo um sentido de uma pessoa distante de sua essência. Todavia, após a iniciativa de Yuka chan, essa expressão ganhou uma interpretação agradável, tornando-se um elogio.

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Brilhou em diversas escolas de samba, dentre elas, à frente da bateria da escola Unidos de Vila Maria, mostrou sua beleza e desenvoltura desfilando como madrinha. Fantasiada de Kimono, visto que o tema da escola era sobre os cem anos da imigração japonesa no Brasil. Já desfilou também no Carnaval carioca, entre as escolas estão: Portela, Sagueiro, Grande Rio, Beija Flor e Mocidade Independente de Padre Miguel. Além de ter acompanhado o cantor Jorge Benjor em sua turnê nacional.

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Escolhida em 2006 como símbolo do Carnaval de Salvador, Sugiura foi alvo de reportagens interessantes, posto que a escolha de uma japonesa como musa do Carnaval da terra do axé só poderia ser contestada. Entretanto, o reconhecimento sobre a profissional com o seu talento se destacou. No dia 23 fevereiro do mesmo ano, se apresentou no evento em que, o prefeito João Henrique, em cerimônia costumeira da cidade, entregou a chaves da cidade ao rei momo. Por conseguinte, a bailarina ficou conhecida por todos da cidade, por conta de seu gingado brasileiro em corpo japonês.

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      Na fusão entre essas civilizações, Yuka chan, como é nomeada, atua como professora de dança na escola de samba Unidos do Urbana no Japão. Em suas aulas, basta a bateria começar, com a agilidade de uma gueixa, ela se transforma numa “mulata” com muita perfeição. Ela diz que já se sente brasileira, uma vez que gosta de samba, feijoada e churrasco. Contudo, faz questão de manter a tradição japonesa de só comer sushi e sashimi em momentos especiais. Completando, ela compartilha que espera retribuir todo o carinho que tem recebido dos brasileiros, em toda trajetória que criou no Brasil.

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As palavras e o entendimento da língua que ainda faltam, sobram em sua vocação. Deste modo, com seu jeito gentil, ela segue conquistando seu público. Deixando claro que a linguagem corporal que o samba reproduz é uma cultura, uma mensagem, isto é, uma expressão universal.

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